A EAD espera fechar o ano com uma faturação de 12 milhões de euros,mais 10% que em 2020. Paulo Veiga, CEO e fundador da empresa, faz contas a um ano ainda marcado pela pandemia, antecipa novas contratações para 2022 e admite novas aquisições, desta vez na área de TI. O responsável também fala no impacto do acordo recentemente assinado com a Nowo para o negócio da empresa, da integração da Papiro e da internacionalização, na entrevista que pode ler abaixo ao Ntech.News.

Ntech.News: Quais são as perspetivas e metas de negócio para 2022?
Paulo Veiga: Ainda não temos números finais, mas o grupo deverá crescer em 2021 cerca de 10%, com uma faturação global prevista de 12 milhões de euros, o que, atendendo ao cenário económico vigente, representa uma ótima performance. Em 2021, contratámos ainda mais 22 pessoas para os quadros da empresa e este ano prevemos contratar mais 10. Em 2022, vamos continuar a encetar todos os esforços para continuar a crescer no mínimo uma percentagem semelhante, ou mesmo por aquisição, desta vez procurando empresas da área das tecnologias da informação para ajudar a mais rapidamente desenvolver as nossas soluções de transformação digital.

Qual a importância prevista do negócio com a Nowo já nos resultados que estão a fechar?
P.V.: Esta parceria agora iniciada tem a duração prevista de dois anos. Portanto, o impacto em 2021, foi de apenas três meses, ainda assim, contribuiu com 3% para o crescimento das vendas. É um impacto positivo que vamos potenciar em 22/23.

-Têm planos para continuar a expandir esta área de serviços, há novos clientes no horizonte?
P.V.: Claro que sim, estamos a aprender, mas ao mesmo tempo a terminar uma estratégia de abordagem aos clientes de primeira linha para este tipo de serviços. Muitos deles já são clientes do Grupo e, portanto, será uma abordagem mais facilitada pelo conhecimento existente.
Depois existe ainda uma complementaridade com serviços já atualmente disponibilizados como os de BPO. Temos já ferramentas desenvolvidas para estes serviços que poderão “falar” com as de backoffice, promovendo eficiência e qualidade.

Quanto vale já a área de BPO do grupo e qual o objetivo em termos de crescimento e posicionamento para o futuro? Pode vir a cobrir mais áreas que as que tem hoje?
P.V.: A área de BPO está em franco crescimento e, consequentemente, é uma das nossas grandes apostas para o futuro. É nosso objetivo expandir para mais áreas, uma vez que sentimos que as organizações estão a investir nesta mais-valia. Cada vez mais as empresas estão a optar por externalizar serviços, uma vez que esta opção pressupõe, a médio prazo, uma manifesta redução de custos em equipamentos, recursos humanos, tecnologia e, até, de tempo para que, assim, as empresas possam canalizar os seus recursos para as áreas que, realmente, são necessárias e imprescindíveis. Num mundo cada vez mais digital e mais exigente, a opção de adesão aos serviços BPO resume-se a um driver de crescimento para o negócio das empresas e proporciona uma oportunidade de eficiência e atendimento de excelência ao cliente.
Em termos de mais atividade a ser coberta, está também previsto, pois trata-se de um conceito amplo, com grandes ineficiências nas empresas e onde a tecnologia pode fazer a diferença.

«Os próximos dois anos vamos investir na nossa empresa tecnológica, a Fin-Prisma, que está em pleno crescimento em termos de capacitação humana e tecnológica».

A compra da Papiro está finalizada há mais de um ano, que impacto real teve na vossa operação, face àquilo que eram as expectativas?
P.V.: Não gosto de falar em compra, mas sim incorporação, porque na verdade foi isso que aconteceu. Incorporámos a Papiro no nosso Grupo empresarial que já contava com mais três empresas, via aquisição. O balanço que fazemos é positivo, durante 2021, procedemos ao rebranding da Papiro, com uma atualização da sua imagem corporativa e criando quatro submarcas que acolhem os principais negócios da Companhia, passando assim também uma imagem mais clara para o mercado.
Por outro lado, as sinergias são evidentes e positivas, a Papiro tem no seu portefólio serviços que não existiam na EAD, como a Estafetagem, o Printing & Finisching e uma das mais modernas máquinas em Portugal para trituração de papel em estrito cumprimento da norma DIN 66399.

Em relação à internacionalização, em que ponto estão e quais os objetivos para 2022?
P.V.: A nossa participada na Roménia é uma start-up (foi fundada em novembro de 2019) e logo após o seu nascimento aconteceu o lockdown pandémico. Foi um soco no estômago que, à data de hoje, está ultrapassado, mas atrasou o plano de negócios em um ano e meio. Ainda assim, os desafios são existentes em Bucareste pelo efeito económico que a pandemia está a ter na Roménia, motivados também pela baixa taxa de vacinação.
Por exemplo, reuniões presenciais, são impensáveis. Tudo isto são desafios novos no estabelecimento de uma relação comercial, onde as plataformas digitais, de todo, não conseguem resolver.

A substituição do papel por soluções digitais tem também transformado o vosso negócio e a oferta que têm no mercado. Para este ano estão previstas mais novidades no portfólio de produtos, que reflitam esta adaptação?
P.V.: Novidades, sempre, está no nosso ADN, diria mesmo que é por isso mesmo que temos passado por todos os desafios com elegância. Nos próximos dois anos vamos investir na nossa empresa tecnológica, a Fin-Prisma, que está em pleno crescimento em termos de capacitação humana e tecnológica.
Temos novidades em termos de soluções para gestão de Recursos Humanos nas empresas, com um Portal do Colaborador, que permitirá toda a gestão administrativa dos dados dos colaboradores, mantendo-os atualizados e centralizados num único lugar; e ferramentas de apoio à gestão com assinatura digital certificada, como sejam contratos, atas, ou mesmo processos de procurement.

(in http://www.ntech.news/a-area-de-bpo-esta-em-franco-crescimento-e-e-uma-das-nossas-grandes-apostas/)