Vivemos em sociedade. Disto ninguém tem dúvidas. Mas vivemos em solidariedade?
É difícil conceber a importância da solidariedade, numa sociedade marcada pela competição e pelo individualismo. Sociedade essa que se regula pela concorrência, pela vitória de um sobre o outro, pelo que a cooperação perde o seu sentido de ajuda mútua. Mas o ser humano, per si, não é solidário? Precisamente por sermos humanos, não sentimos indiferença com a dor dos outros e porque a empatia que surge no nosso coração liga-nos ao próximo e tentamos encontrar uma forma de ajudar. Isto é solidariedade – substantivo feminino que indica a qualidade de solidário e um sentimento de identificação em relação ao sofrimento dos outros. Em muitos casos, a solidariedade não significa apenas reconhecer a situação delicada de uma pessoa ou grupo social, mas também consiste no ato de ajudar essas pessoas desamparadas.
E qual o papel das empresas? As empresas também podem ser intervenientes, num mercado tão competitivo? A maioria dos empresários, que trabalha com a gestão da responsabilidade social empresarial, afirma que ela deve ser trabalhada no domínio da estratégia da empresa. Não deve ser confundida com a caridade, mas sim entendida como algo fundamental à consolidação da empresa. De acordo com a fórmula clássica, a função do setor privado é realizar a sua vocação natural: gerar dividendos para investidores e acionistas, contribuir para o crescimento económico, criar empregos e fornecer bens e serviços ao mercado. Paralelamente, a utilização da responsabilidade social das empresas permite o alinhamento dos objetivos sociais e económicos e incrementa o potencial de desenvolvimento da empresa a longo prazo. Além disso, atuando sobre este contexto, a empresa obtém mais rendimento, mas também alavanca as suas capacidades e os seus relacionamentos no apoio a causas sociais. Quanto mais a filantropia empresarial se direciona para seu contexto competitivo, mais volumoso é o contributo da empresa para a sociedade e para o ser humano. Sem dúvida que as empresas só obtêm vantagens em serem socialmente responsáveis, uma vez que a responsabilidade social é mais do que pagar impostos e cumprir leis. Há que agir com uma atitude ética e responsável em relação à comunidade em que a empresa está inserida, apostando no conceito de cidadania ativa e responsável. De fato, ao gerar emprego e consequente desenvolvimento económico, claramente, a empresa já detém um papel social importante, mas existe muito mais que pode ser feito em benefício da comunidade, ajudando a criar uma sociedade melhor. Ao ser solidário, as vantagens não são só para quem é ajudado, mas também para a sua empresa, uma vez que ela obtém, por exemplo: mais prestígio, melhores relações com a comunidade, publicidade, novas oportunidades de negócio, motivação e produtividade, melhoria da imagem externa e melhoria da performace da sua empresa
Portanto, o bem compensa? Claro que sim! A solidariedade é uma ajuda altruísta, generosa e que surge do coração a partir da máxima que afirma “temos que dar sem esperar nada em troca”. Quem dá o melhor de si para o outro descobre que já recebe o maior prémio e a melhor recompensa: o bem é um tesouro que traz imensa satisfação pessoal tanto a quem dá como a quem recebe. A solidariedade existe a partir do momento em que se toma consciência de um problema real. Ser solidário é ser-se verdadeiramente humano.
Quando o assunto é solidariedade, toda a ajuda faz a diferença, portanto faça essa diferença.