Poderemos pensar que a vida é injusta, pois passa a correr e só quando parecemos começar a ganhar sabedoria ou simplicidade para aproveitar o que realmente interessa, diria eu sempre depois dos 40, é que nos apercebemos de que a contagem decrescente já paira no subconsciente.

Depois, começamos a perder quem mais gostamos, ao mesmo ritmo a que vimos crescer os frutos do que melhor a vida tem, os nossos filhos e netos. Talvez por isso a frase de Oscar Wilde seja tão verdadeira. A vida não é injusta, a vida é a vida e deve ser vivida como tal
Viva-se o importante, como a amizade, o amor, a família, os amigos, a saúde, respeito pelo planeta, os sabores, os odores e as sensações e recicle-se tudo o resto. Viva-se aquilo que se gosta, que nos move, as nossas paixões, afinal fomos abençoados com essa possibilidade, ter paixão e poder sonhar. Sonhar para construir, para fazer a diferença, seja num grande projeto ou no exemplar papel de pai ou mãe.
E a Felicidade? E a Reflexão? A capacidade de saber onde erramos e corrigirmos para melhorar, fantástico não é?

Sinta-se o sabor de um bom jogo de futebol, de uma paixão pela camisola, pelo clube, pela “tribo” que nos rodeia nas bancadas, nos cafés, nas ruas. Viva-se a adrenalina, grite-se “golo”, abracem-se desconhecidos, vertam-se lágrimas de alegria com amigos. Até mesmo um desporto, um espetáculo, o trabalho, faz tanto parte da vida como o mais romântico pôr do sol, a mais perfeita onda, o abraço de um filho ou…os melhores caracóis acompanhar uma boa conversa. Mas de que vale viver esse momento se em vez de o desfrutarmos e de o captarmos na maior rede social do planeta, a nossa memória.

Chega de nos perdermos em discussões fúteis sobre coisas acessórias, seja no trabalho ou em família. Mas isso, bem, isso é algo que a vida te vai ensinar a desvalorizar.

(Dedicado a Frederico Ferro dos Santos, colaborador da EAD que recentemente nos deixou….)