Em Portugal, ser empresário é mais perigoso que praticar desportos radicais. É como saltar de um avião sem pára-quedas.ãopessimista.Souanos a construir uma empresa, arriscando, lutando contra tudo e contra todos, todos os
Também sei que já escrevi várias vezes sobre o tema e também sei que, como quase tudo na vida, ser empresário é uma opção.verdade é que bastacompetitividadelongeísócios, para seremprego. Nem para acolher os reformados da Europa rica servimos, alterando as condições fiscais poucos anos depois de as criar. Isto tira credibilidade ao país.
A imprensa não ajuda com a informação e desinformação que produzem ao sabor do vento.
Também sei das alterações estruturais profundas deste Portugal recente que, em pouco mais de 40 anos, tiveram de lidar com o fim de um regime autoritário, aprender a viver em democracia, enfrentar o fim das suas colónias, num ato mal feito sem uma autodeterminação, entregado tudo de mão beijada, ficando Portugal sem acesso às riquezas desses países.
Enfrentamos também uma onda de nacionalizações (seguida de outra de privatizações), três resgates internacionais, a entrada numa zona económica única e a mudança de moeda. É de facto muita coisa para tão pouco tempo.
Claro que durante este período existiram coisas que correram bem, como, a descolonização e inclusão dos retornados na sociedade, ainda hoje um case study mundial (e se calhar temos outra em breve oriunda da Venezuela).
No meio disto tudo, nós os pequenos e médios empresários, que somos a base da economia deste pais, não pedimos reconhecimento, apenas respeito pela riqueza e emprego gerados para os que connosco convivem, colaboradores, parceiros e o Estado.
Portugal insiste em reconhecer quem construiu mini impérios, sendo muitos de origem no mínimo questionável e, hoje, com resultados evidentes, na Banca, nas telecomunicações, por exemplo, esses são os heróis da economia portuguesa. Lamentável que assim veja e em nada nos dignifica.
Mas afinal o que nos falta? Temos estradas, ótimos acessos à internet, uma hotelaria desenvolvida, um país lindo, pessoas gentis acolhedoras e simpáticas, mas para nós que cá vivemos e numa palavra, falta Justiça. É fundamental num estado de direito que todos os agentes económicos saibam que a justiça existe e funciona. Estou a falar de justiça fiscal, e justiça “judicial”.
As constantes alterações fiscais criam incerteza, desigualdades e caos contributivo. Nos tribunais a situação não é diferente, processos que prescrevem, justiça que pura e simplesmente não acontece.
Só nos resta darmos todos os dias o melhor de nós em tudo o que fazemos na esperança que, tal como o ditado diz, água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.