O ano passado foi o segundo ou terceiro mais quente de sempre desde que há registos, quase indistinguível de 2015, afirmou esta quinta-feira a agência meteorológica das Nações Unidas – WMO. Estes dois anos só são superados por 2016.

O ano de 2017 foi, contudo o mais quente, se for descontada a contribuição do fenómeno El Niño no Oceano Pacífico, registado em 2016 e em 2015 e que fez aumentar as temperaturas globais.
“Quando até os anos mais frios estão a reescrever os registos dos anos mais quentes, sabemos que temos um problema”, afirmou o professor Dave Reay, responsável pela Cadeira de gestão do carbono da Universidade de Edimburgo.

Em 2017, as temperaturas médias à superfície foram de 1.1 graus Celsius acima de eras pré-industriais. Aproximam-se assim do teto de 1.5 estabelecido como o limite mais ambicioso de aquecimento global até 2020 estabelecido no Acordo sobre o Clima Paris 2015.

Dezassete dos 18 anos mais quentes desde que os registos se iniciaram no século XIX aconteceram todos depois do ano 2000, acrescenta a agência, confirmando que os gases de efeito de estufa estão a fazer aumentar as temperaturas.

O ano de 2017 foi especialmente caracterizado por uma série de furacões extremamente potentes que afetaram as Caraíbas e os Estados Unidos.

Mas o aquecimento do Ártico, que terminou 2017 com o menor índice de gelo formado no mar em meados do inverno, mereceu um destaque especial, assim como os recifes de coral tropicais, fortemente afetados pelo aumento da temperatura da água do mar.

“O aquecimento no Ártico tem sido especialmente pronunciado e isto vai ter repercussões profundas e prolongadas nos níveis do mar e nos padrões climáticos no mundo inteiro”, afirmou o secretario geral do WMO, Petteri Tlaas.

As conclusões estão de acordo com projeções publicadas pela WMO em novembro e abrangem um ano inteiro de dados, incluindo os fornecidos pela NASA, pela NOAA – Administração Nacional para a Atmosfera e Oceanos dos EUA – e pelo Gabinete Britânico de Meteorologia com a Universidade de East Anglia.

Só nos Estados Unidos e em 2017, os custos relacionados com desastres devido ao clima – incêndios devastadores e os furacões Harvey, Maria e Irma – rebentaram todos os recordes, atingindo os 306 milhares de milhões de dólares, revelou por seu lado a NOOA na semana passada.
(In site RTP- Noticias)