Já pensaram o que seria da inovação sem a visão irreverente dos jovens?

Os jovens que arriscam e decidem que vão fazer o seu próprio caminho, são essenciais para o crescimento e valorização de uma sociedade. Muitos iniciam estes percursos sem saberem bem onde se vão meter (e ainda bem que assim é!). Cedo percebem que não são duros os primeiros anos de uma startup, são duríssimos.

Existem todo o tipo de dificuldades, desde o correto financiamento e posicionamento no mercado, até à escolha das equipas, onde a inexperiência dita o mesclar de amizade e competência técnica. Se a tudo isto juntarmos um período de confinamento da economia e da sociedade, temos um cocktail complicado de digerir.

É verdade que todos sofreram e sofrerão com as ondas de choque deste colocar travões a fundo na economia mundial. Poucos passarão com brilhantismo por esta fase, diria que, possivelmente, as áreas que sairão reforçadas serão a indústria farmacêutica, a logística e alguns dos negócios web-based como o streaming.

Posto isto, gostaria de partilhar, as lições de alguém que como eu, já passou por tantas crises, que já nem me lembro.

A primeira lição tem a ver com uma constatação de quem é empresário há muitos anos, 27 no caso. A economia move-se em ciclos de expansão e retração, portanto, vai voltar a acontecer. Poderá ser mais profundo ou longo, mas vão existir mais momentos de retração. Quanto mais a nossa consciência sofre com esta matéria, melhor estaremos para a enfrentar quando chegar. Aqui os meus conselhos são: façam como a formiga trabalhadora, poupem, tenham sempre um plano B e pensem fora da caixa.

A segunda assenta na necessidade de cultivarem relações com parceiros, não só clientes, mas as vossas pessoas, os sócios de capital e os fornecedores. Comunicar de forma clara e transparente é fundamental para a confiança.

Em todos os ciclos económicos há oportunidades, basta estar atento e aproveitá-las.

Uma terceira lição, depois da tempestade vem sempre a bonança. Quem estiver mais forte nessa altura terá toda a vantagem para estar na linha da frente para o arranque.

Acreditem que, às vezes, é preciso dar um passo para o lado ou para a retaguarda para depois dar dois em frente.

Uma outra lição tem a ver com as oportunidades de criar parecerias para fortalecer os vossos produtos e/ou serviços. Para quê investigar ou desenvolver se alguém já o fez antes de nós. Não é muito melhor incorporar essa componente na nossa solução? Ganhamos tempo, mitigamos erros e servimos melhor os nossos clientes. Temos uma fraca cultura nesta matéria, olhamos com desconfiança para quem está ao nosso lado. É aproveitar a ocasião para deixar o nosso “quintal”.

A última, é uma mensagem de esperança. Em todos os ciclos económicos há oportunidades, basta estar atento e aproveitá-las. A resiliência e capacidade de reinvenção são fundamentais, hoje, mais do que nunca, o que é verdade, amanhã poderá não o ser.

(in https://www.empreendedor.com/licoes-pos-covid-para-empreendedores/)