Uma grande quantidade de beatas de cigarros vai parar a aterros sanitários e incineradoras ou é, diariamente, abandonada em parques e jardins, praias e calçadas. Daí o ISQ ter procurado como aliados o Laboratório de Paisagem da Camara de Guimarães e ao Centro de Valorização de Resíduos para dar início ao E-tijolo, um projeto que visa incorporar pontas de cigarros em elementos construtivos, nomeadamente tijolos.
As vantagens apontadas nesta aplicação são um tijolo mais leve, com melhores propriedades de isolamento e uma redução em 60% no consumo de energia necessária para a sua produção.
Os Ecopontas, depósitos de resíduos especializados montados em Guimarães (na foto), são a fonte desta inovadora matéria prima através de processos de fabrico executados no Centro de Valorização de Resíduos. Segundo o ISQ em vários estudos científicos internacionais tem sido mencionado que a composição das beatas de cigarro apresenta vantagens na incorporação dos tijolos, nomeadamente a sua contribuição para a diminuição da argila – a matéria prima para a construção de tijolos – e a reutilização da ponta de cigarro enquanto resíduo.
As beatas permitem reduzir os recursos energéticos na produção dos tijolos, o que melhora a eficiência energética dos processos e o produto final fica mais leve e possui melhores propriedades de isolamento, ou seja, reduz custos futuros com o aquecimento e a refrigeração dos ambientes. A Câmara de Guimarães irá, no final desta investigação, avaliar a possibilidade destas empresas aplicarem os tijolos fabricados pelo E-Tijolo em alguns dos edifícios que atualmente se encontram em restauração.
“O ISQ demonstrou uma vez mais a sua capacidade de entidade interface, ao estabelecer parcerias estratégicas entre os municípios e os centros de I&D, potenciando soluções de construção sustentável bem como um município mais verde” – afirma Muriel Iten, responsável da unidade I&Di – Baixo Carbono & Eficiência Energética do ISQ – “Desta forma, podemos também contribuir para as diversas fases do projeto, desde o protótipo e até à sua implementação num edifício caso estudo”, conclui.
(In Jornal Ambiente On Line)