Este novo material é composto por poliéster e a decomposição no mar pode ir de poucos dias até cerca de 100 dias.

A poluição marítima e o plástico presente nos oceanos são cada vez mais uma das maiores ameaças que o planeta enfrenta. Mas cientistas chineses parecem determinados em encontrar uma solução. Foi assim que criaram plástico que se decompõe na água do mar, sem deixar resíduos.
Este novo material é composto por poliéster e a decomposição no mar pode ir de poucos dias até cerca de 100 dias. Após se decompor, o “novo plástico” deixa algumas moléculas na água, mas estas não causam poluição, segundo explicou Wang Gexia, engenheiro séniordo Instituto Técnico de Física e Química da Academia Chinesa de Ciências.

“Durante muito tempo as pessoas preocuparam-se apenas com a ‘poluição branca’ em terra. A poluição de plástico no mar só chamou a atenção das pessoas quando começaram a surgir cada vez mais relatos de como este afetava a vida marinha”, afirmou Wang.

Os cientistas estimam que por ano vão parar ao mar entre 5 a 12 milhões de toneladas de resíduos plásticos, o que corresponde a 60 a 80 por cento do total de poluentes sólidos no oceano. Devido às atividades humanas e às correntes oceânicas, a maior parte deste lixo concentra-se no norte e no sul do Pacífico, no norte e no sul do Atlântico e no centro do Oceano Índico.

Wang Gexia acredita que é impossível lidar com o lixo marinho da mesma forma que se lida com o lixo em terra, pelo que defende esta nova solução. “Ainda não temos métodos eficazes para lidar com a grave poluição plástica. Não podemos coletar e lidar com o lixo disperso nos oceanos como fazemos em terra. A solução mais viável é deixar os materiais se degradarem e desaparecerem”, frisou.

O Instituto Técnico de Física e Química é uma das principais instituições de pesquisa na China a desenvolver plásticos biodegradáveis. O instituto autorizou quatro empresas chinesas a usar sua tecnologia, com três dessas empresas a entrar em produção com uma capacidade total anual de metade dos plásticos biodegradáveis globais, ou seja 75 toneladas.

Percebendo a grave poluição plástica nos oceanos, os pesquisadores objetivaram desenvolver materiais degradáveis na água do mar, mas descobriram que os plásticos que se decompõem rapidamente em terra não conseguem se degradar facilmente no mar. Dessa forma, combinaram hidrólise não enzimática, dissolução de água e processos de biodegradação para projetar e inventar o novo material.

A pesquisa foi selecionada recentemente como um dos 30 projetos vencedores num concurso de tecnologias futuras inovadoras em Shenzhen, província de Guangdong, no sul da China. O concurso incentivou jovens cientistas chineses a conceber tecnologias inovadoras e a estimular a inovação.

(In MEO BEACHCAM)