Nesta época natalícia que atravessamos somos assolados pelos mais nobres sentimentos da humanidade. Como se de um toque de magia se tratasse, nesta altura, todos esses sentimentos vêm ao de cima. Entre outros, há um que me acompanha sempre e que gostava de partilhar com vocês: exatamente a “partilha”.

O sentido de partilha é o mais simples ato que o homem pode fazer e não estou a falar só da partilha de um qualquer bem material, pode ser um simples sorriso, um abraço ou um aperto de mão. Estes são o reflexo da nossa alegria e da nossa felicidade que pretendemos partilhar com os outros. Porque partilhar é amar, um simples gesto ou atitude pode fazer toda a diferença e melhorar o dia ou a vida de alguém que está só ou desiludido com a vida. Partilhar é saber comunicar, é conectarmo-nos uns com os outros, é desenvolver um sentido de maior gratidão por aquilo que temos. Porque partilhar é estar disponível para pensar nas necessidades do outro, é uma forma de promover as relações interpessoais e descobrir em conjunto como se desenvolve a entre ajuda.
Pensemos nas crianças e jovens. Atualmente estes acedem a tudo aquilo que desejam de uma forma muito rápida, valorizando-se cada vez menos a forma como se conquista aquilo que se tem, o que facilmente nos tornam mais autocentrados.

Se observarmos com atenção, os brinquedos preferidos da maior parte das crianças de hoje, são também eles, brinquedos individualistas, que pouco apelam ao jogo “em conjunto” e, por conseguinte, o ato de partilhar através do brincar, que constitui numa primeira fase da infância um momento privilegiado para se estimular a partilha, quase que se foi desvanecendo naturalmente, com o crescente avanço tecnológico. Há cada vez menos uma partilha direta entre as pessoas. Já se tornou um cliché dizer isto, mas eu sou do tempo em que brincava na rua e, embora não tivesse tido irmãos, partilhava os brinquedos com os meus amigos e havia, de fato, esse sentimento de partilha. Hoje, cada vez mais se está a perder este valor e isto assusta-me. Por natureza, sou bem-disposto e como tal todos os dias partilho este sorriso. Há forma mais simples de começar bem o dia?

A propósito deste tema vi, recentemente, um vídeo que está a emocionar o mundo: “O melhor prémio é compartilhar” (veja em: https://www.youtube.com/watch?v=hknVVMfMzPo). De facto, há muitos vídeos que nos conseguem emocionar, sobretudo nesta altura do ano, e este não foi exceção. É impossível ficar indiferente e não partilhar este ato de solidariedade, união, amizade, criado pela Loterías y Apuestas del Estado – Lotaria de natal espanhola – El Gordo Trata-se da história de Carmina, uma professora reformada, muito querida por todos, que pensa ter ganho o grande prémio. No entanto, tudo não passa de um grande equívoco. Mas a família de Carmina não consegue contar-lhe a verdade e destruir-lhe o sonho pelo que mobilizam toda a comunidade. No café abre-se champanhe, o dono da papelaria usa uma t-shirt que diz que o seu estabelecimento vendeu o prémio, o jornal local entrevista-a e os pescadores guardam peixe para a celebração. Até a Guardia Civil aparece! No final, todos se reúnem para celebrar não o suposto prémio, mas a felicidade de Carmina. E este vídeo, tão somente, pretende mostrar que o melhor prémio é compartilhar.

Partilhar e compartilhar são sinónimos, quando significam «fazer a partilha de, compartir», pelo que para mim, partilhar é querer ser mais do que Eu só, é compartilhar…

Feliz Natal.