Com a chegada do verão é normal o desemprego baixar, todos sabemos que existe muito emprego sazonal nesta época do ano, no entanto a probabilidade do atual cenário de imprevisibilidade laboral se manter é elevada. Espera-nos cada vez mais várias mudanças de emprego ao longo da nossa carreira. A melhor forma de lidar com a imprevisibilidade no futuro será investir no conhecimento, isto é, investir em nós. Os que me conhecem, sabem que muitas vezes refiro que a pessoa mais importante da tua vida és tu. Portanto, se não investir em si, quem o poderá fazer?
Portanto, à medida que a experiência profissional e o conhecimento aumentam, estaremos a ampliar o nosso portfólio de competências.
O dicionário das competências requeridas de A a Z para o Profissional ou Trabalhador do Conhecimento que se perspetivam na atualidade e para o futuro, tendo em conta o que é e o que será um perfil de sucesso, traduzir-se-ão da seguinte forma:
Ambição – Este é o segredo para qualquer sucesso. Para conseguir alcançar objetivos é imprescindível, acima de tudo, vontade de o fazer. Um profissional de sucesso tem, cada vez mais, de ser uma pessoa ambiciosa, todavia realista e honesta consigo própria
Boa Apresentação – Lembre-se que a primeira impressão é sempre a mais marcante e, por isso, é essencial uma boa imagem profissional. Tenha em conta o que é esperado a alguém com o seu perfil e saiba vestir-se e apresentar-se de acordo com o “papel” a desempenhar.
Capacidade para Aprender – Será este o elemento chave e fulcral da “sobrevivência” no mercado laboral. De acordo com o ilustre e já falecido Peter Drucker, o trabalhador do conhecimento terá ao longo da sua vida que se gerir a si próprio e enfrentar várias mudanças ao longo da sua carreira.
Desenvolver os Pontos Fortes – Será imprescindível por um lado conhecer aquilo em que somos bons ou onde melhor desempenhamos e por outro potenciar ao máximo essas valências no sentido de ser o melhor naquilo que faz e acrescentar valor ao seu trabalho.
Empatia – É uma das competência da Inteligência Emocional. Saber compreender diferentes pontos de vista, colocando-se no lugar dos outros, é uma competência muito desejada a nível profissional. O segredo está em saber ouvir e prestar atenção às necessidades demonstradas para assim saber corresponder objetivamente às aspirações de quem o rodeia.
Flexibilidade – O ritmo e a competitividade do mercado de trabalho, obriga a estarmos permanentemente preparados para a mudança. Saber decidir com rapidez, estar aberto a novas ideias e modos de trabalho, ter facilidade em assumir funções fora das suas tarefas habituais, cada vez mais imprescindíveis (Job Rotation).
Gerir-se a si Próprio – Com efeito, surge cada vez mais como fundamental numa sociedade do conhecimento esta nova dimensão da aprendizagem ou nova competência, a que alguns autores (Nyan, 1994) denominam de um novo paradigma – “self learning competence”. Cada vez mais as pessoas vão ter de se posicionar onde podem dar o seu maior contributo. Vão ter de aprender a desenvolverem-se e aprenderem a aprender e manterem-se mentalmente “vivas” durante uma vida de trabalho de cinquenta ou mais anos. Segundo Peter Drucker, as pessoas vão ter de aprender como e quando mudar o que estão a fazer, a forma como fazem e quando o fazem.
Habilitações – A elevada competitividade a que assistimos no mercado de trabalho conduziu a um cenário em que as habilitações são, cada vez mais, um elemento eliminatório nas candidaturas. O reconhecimento de habilitações vai passar cada vez mais pelas competências adquiridas através da experiência de vida e trabalho acumulado em paralelo com a formação complementar que vamos tendo.
Intuição – Será um 6º sentido na captação de oportunidades e na capacidade de distinguir o essencial do acessório , assim como de perceber o que é melhor para si. Apesar da intuição ser um aspeto inato, poderá ainda assim desenvolver-se com a idade e com a experiência. Uma qualidade na sua essência.
Jovialidade – Não é obrigatoriamente uma questão de idade, mas sim de espírito e mentalidade. Cada vez mais, a jovialidade e a juventude constituem requisitos exigidos aos candidatos e muito associado à capacidade de adaptação à mudança, facilidade de relacionamento ou assimilação de novos conceitos.
Know – How – Possuir bons conhecimentos técnicos na sua área profissional é imprescindível para marcar a diferença perante outros candidatos. É o chamado saber fazer e saber – saber. Mantenha-se informado: vá a seminários, conferências, leia revistas e livros técnicos. As NTIC, da quais a Internet faz parte, são excelentes canais para adquirir e ampliar o conhecimento.
Línguas – Qualquer profissional deverá ter consciência das inúmeras vantagens do conhecimento de uma língua estrangeira. Ainda mais, nos dias de hoje, quando vivemos num mundo globalizado em que diferentes países e culturas estão cada vez mais próximos e interligados. O domínio de 3 ou 4 línguas constituirá um requisito mínimo no sentido de facilitar a mobilidade e a comunicação num espaço multicultural.
Mobilidade e Marketing – O trabalhador do conhecimento, irá provavelmente viver mais que a própria organização onde trabalha. A capacidade de mobilização e adaptação a novas realidades é fundamental, para as quais o marketing pessoal também é e será uma vertente determinante do sucesso profissional.
Networking – Com o aumento da competitividade e exigência do mercado, é cada vez mais importante saber “quem conhece quem”, e “quem o conhece a si”. Uma boa rede de contactos e relacionamentos é essencial para uma carreira de sucesso.
Otimismo – Independentemente da área em que atua, um bom profissional é aquele que consegue enfrentar todos os obstáculos e retirar destes lições de aprendizagem. É também aquele que está sempre preparado para lidar com fracassos sem desanimar, contribuindo para tal saber “cultivar” a sua auto – estima.
Persistência – Nem tudo funciona à primeira como nós queremos, até porque qualquer investimento que façamos seja ele no conhecimento ou financeiro ou de outro tipo, os resultados geralmente só aprecem a médio e a longo prazo. Por vezes, é preciso saber esperar pelo momento certo, dar a volta à situação ou insistir até conseguir os resultados pretendidos. A verdade é que um bom profissional não “baixa os braços” ao primeiro não.
Q.I. e Q.E. – O quociente intelectual e emocional são capacidades distintas, mas próximas e há uma correlação natural entre o nosso intelecto racional e aspetos da inteligência emocional. É importante saber articulá-las entre si, usando as emoções para facilitar a razão e usando a razão para gerir as emoções de um modo funcional.
Relacionamento Interpessoal – A imagem do trabalhador totalmente isolado do resto da estrutura está cada vez mais desajustada às empresas do século XXI. Ainda que á distancia com o advento das NTIC, é essencial saber integrar-se numa equipa e ter facilidade no relacionamento interpessoal, para garantir os melhores níveis de produtividade, eficiência e criatividade.
Saber Comunicar – Ter boas capacidades de comunicação é hoje um pré-requisito indispensável para o profissional de sucesso e cada vez mais o bom comunicador é sinónimo de competência, versatilidade e liderança.
Tecnologias – Ainda que atualmente a sua carreira não esteja ligada às novas tecnologias da informação, mais cedo ou mais tarde a mesma vai ser afetada por elas, nem que seja pelos processos, ou seja pela forma de fazer. Assim, é preferível tentar acompanhar as tendências e a evolução para posteriormente não se ser apanhado de surpresa.
Universidade – Por vezes, ainda mais importante que o próprio curso, a instituição de ensino frequentada pode ser, logo à partida, um fator decisivo num processo de seleção. As instituições de ensino superior que possuam um corpo docente de qualidade, que seja reconhecida e que acompanhe e aposte nas saídas profissionais dos seus alunos, serão à partida aquelas que deverão ser preferidas.
Versatilidade – Não enquanto associada à instabilidade e mudança frequente de emprego, mas sim, a uma capacidade de adaptação à mudança ou a diferentes circunstâncias e dar provas disso. Hoje em dia, as empresas exigem cada vez mais esta versatilidade dos seus colaboradores, de forma a potenciar o seu desempenho profissional. Por exemplo, aprender a executar de forma diferente as funções habituais ou adaptar-se a outras no âmbito da sua categoria profissional.
World Wide Web – Cada vez mais as empresas vivem num ambiente tecnológico, integrando a sua actividade no mundo da web. O estar familiarizado com o mundo online é essencial no perfil do profissional do século XXI. Constitui não só uma nova forma de trabalhar, mas também de ser e estar na sociedade no que concerne ás novas formas de comunicação e relacionamento.
X- o factor X – Na verdade, muitas vezes, o que faz um candidato ser a escolha acertada para determinada empresa não é o seu Curriculum ou a sua experiência profissional, mas sim um certo factor diferenciador que o separa de todas as outras candidaturas. Descubra o seu factor X, e faça questão de o revelar ao potencial empregador. É no fundo a sua assinatura tal como se de um produto se tratasse.
Zelo – Colaboradores dedicados, responsáveis e diligentes são a mais – valia de qualquer empresa, é por isso, um requisito cada vez mais apreciado no perfil profissional num candidato.
Permanecendo o que somos, não nos podemos tornar aquilo que precisamos ser.
Max dePree
Referências Bibliográficas:
Nyan, B. (1994).in Desenvolver a Capacidade de Aprendizagem das Pessoas. Eurotecnet
Peter Drucker in Desafios da Gestão para o Séc. XXI, 2000 – Ed. Civilização, Lisboa