Luís Nandin de Carvalho passou um cheque de 400 contos a Paulo Veiga, sem hesitar. Estávamos em 1993 e Paulo, um rapaz do Barreiro, estudante de Economia no ISEG, lembrara-se de fundar urna empresa de arquivos, depois de ter tropeçado numa caixa, durante um estágio, numa sociedade de alumínios, em Madrid. Não havia nada de parecido em Portugal e isso era suficiente para interessar Nandin de Carvalho, professor universitário. «O risco era total, mas faz parte da adrenalina ver crescer urna empresa. O que me motiva é provar que há uma ideia válida», conta. Ficou provado. Doze anos depois, quando vendeu a sua quota e saiu da FAD — Empresa de Arquivo de Documentação, ganhou cerca de cem vezes o investimento inicial.
A EAD foi a primeira empresa em que Nandin de Carvalho investiu. Paulo teve, no professor, o seu business angel (anjo do negócio, em português), embora, na altura, ainda não soubesse o que isso era. «Pequenos investidores», resume agora Nandin de Carvalho, distinguindo-os dos investidores institucionais e ligando-os ao conceito de empreendedorismo.
Fonte: Revista Visão 7 Dezembro 2005